terça-feira, 8 de abril de 2008
sou lixo
Vou flutuando, neste mundo onde as brisas tresandam, e serei levado para rumo incerto. A certeza que tenho é que será algures onde a minha reles presença não será notada, no meio de alguns outros insignificantes seres. Creio tratar-se de uma lixeira humana... creio que iremos servir de alimento para animais, superiores a nós, onde teremos finalmente a possibilidade de sermos úteis, de nos sentirmos alguém que nunca fomos. Inexplicável é a nossa (minha) existência... porque motivo não somos nós inquiridos quando nascemos. Porque não nos é facultado um guião onde conste os capítulos da nossa vida e assim pudéssemos decidir se queríamos ou não existir? Todos os que sofrem com a minha presença neste mundo seriam assim poupados. Se não pensaram em mim quando nasci, ao menos que o tivessem feito em defesa de todos os que sofrem pelos meus actos, pelas minhas palavras. E no meio de isto tudo, lá vou eu sendo levado, pelas brisas "tresandantes". Levo comigo, rumo a esse destino, odores mágicos das pessoas amadas, recordações de momentos em que pequenas coisas me faziam sorrir, de forma a que me aconcheguem o peito quando fechar de vez os meus olhos. Sinto-me sem forças... estou a cair...
Subscrever:
Comentários (Atom)